Qual o melhor momento para conversar com um adolescente sobre a dependência química e as consequências do uso de drogas lícitas e ilícitas? Para o psicólogo Alessandro Oliveira, antes mesmo da adolescência. Tanto que o Centro de Apoio, Desenvolvimento e Qualificação (Cadeq) está promovendo atividades lúdicas com crianças, a partir dos 10 anos, para discutir essa problemática ainda na sala de aula. A iniciativa foi batizada de "Despertar para Pensar".

"Temos de preparar essa galera; chegarmos antes da oferta", afirmou Oliveira, que fundou o Cadeq há 17 anos. "Essas crianças precisam saber o risco que correm", completou, frisando que, para o trabalho ser efetivo, se faz necessário o envolvimento da comunidade, por intermédio das sociedades melhoramentos de bairros, das igrejas e profissionais ligados a serviços públicos.

O Cadeq, na prevenção, sempre atuou junto a adolescentes e adultos. Mas com o crescimento do número de dependentes químicos cada vez mais jovens, decidiu investir também na formação das crianças como agentes de mobilização e conscientização. "Eles levam a informação para dentro de casa. Já ouvimos pais relatando que foram questionados pelos filhos por comprarem bebidas alcoólicas".

A entidade também quer capacitar docentes para que o assunto seja abordado interdisciplinarmente em sala de aula. "Estamos abertos para atender unidades educacionais de outros municípios da Baixada Santista", informou Oliveira. Vale frisar que o trabalho é executado gratuitamente.

Escolas interessadas em convidar os profissionais do Cadeq para um bate-papo com as crianças pode entrar em contato pelos telefones 3372-6748 ou 3372-6746. A entidade, localizada na Rua José Vicente, 50, Sítio Cafezal, em Cubatão, atende dependentes químicos e seus familiares toda segunda-feira, das 8 às 21 horas; e de terça a sexta-feira, das 8 às 17 horas.