A diretoria do sindicato dos servidores estatutários de Santos (Sindest) repudia o candidato do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Rogério Pereira dos Santos, à sucessão municipal.

Nos últimos dias, o prefeito lançou a campanha ‘por que votar no Rogério Santos’. Nesta semana, o sindicato lança o movimento ‘por que não votar no Rogério Santos’, destinado aos servidores.

Segundo o presidente do Sindest, Fábio Marcelo Pimentel, a campanha se deve à postura do executivo com o funcionalismo: “Enganação é a palavra-chave dessa gestão para o servidor”, diz.

A atividade será explicada em ‘live’ do sindicato no Facebook, às 21 horas desta sexta-feira (28), com a enumeração de vários motivos para a categoria não votar no candidato de Paulo Alexandre a prefeito.

Para citar o primeiro exemplo, o sindicalista remonta a 2015, quando o prefeito prometeu um plano de carreira aos mais de 1 mil oficiais de administração, maior segmento do funcionalismo.

Na época, segundo Fábio, Paulo Barbosa garantiu que a prioridade trabalhista de sua administração seria o quadro de carreiras dos oficiais, “mas deixará a prefeitura sem cumprir a palavra”.

Acordo desrespeitado

O presidente do Sindest cita outro motivo para a categoria não votar em Rogério Santos: o não cumprimento do acordo coletivo de trabalho de 2019 na parte referente aos trabalhadores em cemitérios.

O acordo coletivo estabeleceu que Paulo Alexandre mandasse projeto de lei complementar (plc) à câmara instituindo gratificação de R$ 600, por desempenho de função, o que não foi feito até agora.

Ainda sobre esse acordo, Fábio lembra que só depois de muita pressão do sindicato, o prefeito mandou para votação na câmara, em dezembro, três projetos de leis que estavam pendentes desde fevereiro.

Um deles dizia respeito ao Degepat (departamento de gestão de pessoas e ambiente de trabalho), outro ao Derat, da Saaf, e o terceiro aos operadores de som.

Também apenas em dezembro, o prefeito cumpriu o acordo no tocante aos operadores sociais e o pessoal da zoonose, que tiveram seus cargos elevados de nível.

A campanha salarial de 2020, por sua vez, ainda não está resolvida, o que levou o sindicato a procurar o TJSP (tribunal de justiça de São Paulo), onde tramita dissídio coletivo desde a semana retrasada. 

“O prefeito enrolou nos primeiros meses do ano, depois suspendeu as negociações e, após flexibilizar os decretos de isolamento da covid-19, esconde-se atrás de uma lei complementar do governo federal”, diz Fábio.

 Segundo mandato começou com greve

“Tudo para não atender justa reivindicação da categoria e deixar-nos três anos sem correção salarial, já que a lei complementar 173-2020, federal, congela os salários até dezembro de 2021”, completa.

“Para o prefeito, pouco importa se os bons resultados da luta da administração contra o novo coronavírus se devem ao empenho dos servidores, especialmente da saúde”, pondera Fábio.

“Não foi ele que atendeu a população, que trabalhou em locais sem higiene e proteção, não mediu febre, não deu remédio, não tratou dos doentes. Quem fez isso não merece o respeito dele”.

Fábio lembra que Paulo Alexandre iniciou seu segundo mandato enfrentando uma greve de 30 dias, “demonstrando que repetiria sua infeliz política trabalhista da primeira gestão”.

“Sua postura em relação ao servidor e ao serviço público é a do PSDB, de estado mínimo, de terceirização, de deixar a população sem serviços básicos”, denuncia o sindicalista.

“Por isso, estamos em campanha contra o seu candidato, que certamente será igual ou pior que ele. Bateremos nessa tecla até a eleição: ‘por que não votar em Rogério Santos’”, finaliza Fábio