No cenário atual, investidores têm buscado formas de otimizar seus recursos e garantir retornos financeiros sólidos ao longo do tempo. Um dos principais debates relativos ao tema gira em torno da escolha entre investir em imóveis físicos e em fundos imobiliários.

 

Muitos brasileiros tendem a afirmar que o investimento em imóveis físicos traz consigo uma segurança muito maior. Contudo esse ponto deve ser pensado com uma visão um pouco mais profunda. Robinson Trovó, gestor de investimentos com certificações CNPI-T, CFG e CGA, tem considerações interessantes sobre as duas abordagens.

 

A análise do gestor considera a valorização de um imóvel ao longo de duas décadas. Segundo Trovó, um imóvel que valia R$1 milhão há 20 anos atrás deveria, de acordo com estimativas conservadoras de uma construtora, valer cerca de R$8,6 milhões atualmente. Considerando despesas como imposto de renda, taxas e outros encargos, o retorno líquido seria de aproximadamente R$7,5 milhões.

 

"Os dados são positivos, contudo, importante lembrar que o mesmo traz os desafios inerentes ao investimento em imóveis físicos, como a necessidade de aguardar acumulação suficiente para aquisição de novos ativos e a destinação de parte dos ganhos para manutenção a cada década", explica Trovó. Ele complementa que essa estratégia resulta em um retorno inferior se comparada a outras opções.

 

Fundo Imobiliário: estratégia de reinvestimento

Uma estratégia segundo Robinson Trovó é de investir em fundos imobiliários. Ele menciona a existência de fundos que, ao reinvestir mensalmente os ganhos em novas cotas, o investidor alcançaria um patrimônio de R$9 milhões ao longo de 20 anos. Ou seja, isso indica um acréscimo de quase R$2 milhões em relação ao imóvel físico.

 

Veja os cálculos:

 

"Assim, a principal vantagem em fundos imobiliários é a possibilidade de reinvestir os rendimentos mensais de forma mais eficiente, já que esses permitem a compra de novas cotas constantemente. Em contraste, a aquisição de novos imóveis físicos exigiria uma espera até acumular capital suficiente", detalha o gestor.

 

Desmitificando a valorização

Por isso é importante que os gestores desafiem a crença de que imóveis físicos valorizam mais do que os fundos imobiliários, essa nem sempre é verdade. Dependerá das estratégias adotadas. "Um exemplo é o visto, contudo, nesse caso ressalto a importância do reinvestimento, lembrando que, mesmo que as cotas do fundo não valorizem muito, o efeito dos juros compostos é significativo", explica Trovó.

 

Ao utilizar o exemplo de divisão de R$1 milhão em cotas de fundo imobiliário, ele demonstra como o reinvestimento constante pode resultar em um aumento considerável do patrimônio ao longo do tempo, mesmo com uma valorização anual modesta.

 

Ou seja, a escolha entre investir em imóveis físicos ou fundos imobiliários vai além da valorização nominal. Estratégias de reinvestimento, liquidez e potencial de crescimento desempenham papéis cruciais na maximização dos retornos ao longo do tempo. "Meu conselho é que os investidores analisem detalhadamente esses fatores antes de tomar decisões de investimento", finaliza Robinson Trovó.